Síndrome alcoólica fetal (SAF) é o termo utilizado para definir um conjunto de danos causados ao feto pela mãe durante o período gestacional em decorrência do consumo de bebidas alcoólicas durante esse período.
O álcool apresenta a capacidade de transpor a barreira placentária e pode interferir no crescimento e peso fetal, causar dimorfismo facial, danos neuronais e nas estruturas cerebrais, podendo resultar em problemas psicológicos ou comportamentais.
Diagnóstico da síndrome alcoólica fetal
O diagnóstico da síndrome alcoólica fetal pode ser difícil, não existe um exame laboratorial que o confirme, pois existem outros distúrbios, principalmente comportamentais com características parecidas.
É feita uma avaliação clínica geral e com base em alterações físicas e relatos familiares
comportamentais e do desenvolvimento da criança.
Leva-se em consideração a história materna de uso de álcool e os sinais e sintomas relatados acima.
Os danos para criança
O principal efeito da SAF são os danos irreversíveis ao Sistema Nervoso Central (SNC), podendo gerar deficiências funcionais e cognitivas primárias, como problemas de memória, déficit de atenção, comportamento impulsivo e problemas de raciocínio, bem como deficiência secundária, como predisposição para problemas de saúde mental e para dependência química.
Com relação aos danos ao crescimento, observa-se altura e peso abaixo da média. Já falando das características faciais, as principais observadas são:
- Microcefalia;
- Microftalmia;
- Fissura palpebral pequena;
- Filtro nasal hipoplásico com lábio superior fino e hipoplasia do maxilar.
Em aproximadamente 39% a 50% dos casos, observa-se anomalias cardíacas, sendo os defeitos mais comuns os do septo atrial e do septo ventricular. Alterações esqueléticas também podem ser observadas na SAF, incluindo a sinostose radioulnar, as anomalias de falanges, as malformações vertebrais, a escoliose, a hipoplasia das unhas dos artelhos, dentre outras.
O diagnóstico é feito com base nos achados clínicos, como:
- Retardo de crescimento pré ou pós-natal;
- Envolvimento do sistema nervoso, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor e alterações do QI e do comportamento;
- Dimorfismo facial, sendo necessária a presença de, no mínimo, dois sinais dos descritos anteriormente.
Não existe cura para esta síndrome, uma vez que a lesão ocorrida no SNC é permanente. Contudo, existe tratamento sintomático, que envolve, por exemplo, o uso de fármacos e a realização de intervenções comportamentais.
A prevenção da SAF é feita por meio da suspensão completa da ingestão de bebidas alcoólicas pela mulher durante o período gestacional.